sexta-feira, 2 de julho de 2010

EQUIPAMENTO LIGADO A CULTURA DE MASSAS


O equipamento associado à cultura de massas, que escolhi foi o Gira-Discos.
O gira-discos é um aparelho eléctrico que serve para reproduzir música. Funciona com uma base redonda motorizada, que roda a 33 ou 45 rotações por minuto, conforme o formato do disco. Tem um braço com uma agulha na ponta que transmite vibrações transformadas em impulsos eléctricos, estes são conduzidos a um amplificador, e de seguida transportados por cabos eléctricos até às colunas, por onde sai o som que ouvimos. Os discos são objectos redondos e espalmados em vinil com estrias em espiral, que tiveram, entre outros, o nome de (LP) Long Players.
Para estes aparelhos terem sentido de existência, tem que haver por detrás vários responsáveis. Os músicos, as produtoras, distribuidores e a publicidade para ajudar a vender.
Antes do gira-discos actual houve vários aparelhos semelhantes no final do século XVIII, mas foi nos anos 50, 60, 70 que os discos começaram a ter mais impacto. Toda a música que se fazia saía para as lojas em disco, que era o principal meio para quem queria comprar música para ouvir, através do gira-discos, as vezes que quisesse. A comercialização de música em vinil em Portugal aconteceu até ao inicio dos anos 90, altura que começa a suceder uma quebra nas venda e na procura, devido ao aparecimento dos Compact Disc (CD) que veio revolucionar o comércio musical com o som digital.
Mas o vinil não morreu. Mesmo quando não era comercializado havia pessoas que ainda conseguiam comprá-los em feiras de “velharias” e em lojas de material em segunda mão.
No final dos anos 90, inícios do novo século, o culto pelo vinil reapareceu por interesse de público mais reservado e que colecciona música. Por essa razão não são todos os artistas que lançam os seus trabalhos em vinil mas sim bandas mais independentes e menos comerciais. Também os grandes artistas de sempre continuam a ter os seus trabalhos produzidos em vinil.
Pôr um LP a tocar é quase um ritual e não é para todos os momentos. Não é por acaso que se diz que o melhor som que se pode obter é o dos vinis.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Renault 4L



O equipamento que seleccionei é a Renault 4l, automóvel que está bem presente na minha vida.
O Renault 4L foi apresentado no Salão de Frankfurt de 1961 tendo cativado, desde logo, a imprensa especializada. No final dos anos 50, os carros populares que faziam sucesso em França eram o Citroën 2CV, projectado em 1936 e lançado em 1948, e o Renault 4CV, cujo lançamento datava de Agosto de 1947. Para a necessária substituição do velhinho Renault, Pierre Dreyfus (presidente) reuniu a sua melhor equipa de técnicos e engenheiros. Dreyfus exigiu-lhes um automóvel simples, moderno, barato e funcional, capaz de atender a tudo e todos, eficaz em estradas e no campo. Estava também definido que o novo Renault teria por volta de 600 cm3 e 20cv e que herdaria boa parte da mecânica do 4CV, mas a tracção seria obrigatoriamente dianteira, o primeiro Renault com esta configuração.
O Renault 4L começou a ser produzido em 1961 e deixou de ser produzido em 1993! Foram construídos mais de 8 milhões de unidades, o que faz do Renault 4L o terceiro carro mais vendido da história. O Renautl 4L foi fabricado um pouco por todo o mundo. Em Portugal, foi na cidade da Guarda, em 1963, que se construiu a primeira fábrica da Renault em território português e em 1964 saíram as primeiras unidades do Renault 4L.





Originalmente vinha equipado com um motor de 747 cc de 27 CV e 3 velocidades. Mas apresentava um avanço técnico: o circuito fechado de refrigeração. Ao longo dos anos foram feitas muitas alterações ao nível da estética, que foi sendo melhorada, bem como os interiores, ao nível mecânico, com a utilização de motores com maior cilindrada e maior potência assim como a adopção de uma caixa de 4 velocidades.
. O capot abria-se de trás para a frente e a suspensão era independente nas quatro rodas, com barras de torção em ambos os eixos. E tinha uma característica pioneira: o primeiro sistema de refrigeração selado do mundo, que evitava a perda e consequente reposição do liquido de refrigeração. Uma peculiaridade do novo Renault 4L era a distância entre eixos maior no lado direito, 2,45 contra 2,40 metros, uma imposição do tipo de suspensão traseira.
Por dentro, a 4L era extremamente simples. Acomodava bem quatro passageiros em bancos muito simples, que só tinham forro, sendo que a estrutura era visível por trás e de lado. O espaço para bagagem também era razoável, podendo chegar a 950 litros sem assentos traseiros. À frente do volante de três raios ficavam apenas o velocímetro, o marcador de combustível e o retrovisor no centro do painel do habitáculo.
Em 1962 era lançada a versão Super e passava a existir uma motorização de 747 cm3 de 27 cv. Um novo câmbio de quatro marchas estava também disponível e a velocidade máxima rompia agora os 100 km/h. Outra novidade era a versão Fourgonette (carrinha em francês) que tinha a capacidade de carga aumentada. A parte traseira era mais alta e mais larga a cabine e o cliente podia optar por porta traseira de abertura lateral ou vertical bipartida.
Em 1964 eram atingidas as primeiras 500 000 unidades matriculadas. A versão de passageiros da versão Fourgonette apenas veio em 1965. Neste ano chegava também a versão Parisiénne, criada em parceria com a revista feminina Elle. Esta versão tinha a particularidade de ter, nas laterais, uma pintura quadriculada escocesa, vermelha e preta, ou com tons bege e preto. Nesta versão os bancos dianteiros eram individuais. Era bastante bonito, chamava a atenção e tinha um certo charme, principalmente diante do público feminino. O motor crescia, passava a 845 cm3 e 34 cv. A velocidade máxima era agora de 115 km/h. Um ano depois o R4 ganhava uma grade maior, com aspecto mais moderno, que ocupava toda a largura da frente. O painel era redesenhado e todos os bancos ganhavam forras integrais. No inicio de 1966 o primeiro milhão de unidades matriculadas foi atingido.
Em Setembro de 1970 o modelo Rodeo era apresentado, de desenho muito simples e com mecânica do R4, tinha carroçaria em plástico reforçado com fibra-de-vidro. Tinha duas portas e capota de lona. Era um concorrente directo do Mehari, derivado do Citroën 2CV. A concorrência começava a aumentar. Na mesma faixa de preço, além dos antigos "inimigos", estavam também Ford Escort, o Opel Kadett e o Fiat 127.


Em 1975 o R4 ganhava novos pára-choques e a grade tornava-se rectangular. O novo painel, com acabamento quase todo preto, era maior e mais seguro, com protecção de borracha. A alavanca de câmbio e o retrovisor continuavam no mesmo sítio. Os bancos estavam mais anatómicos, confortáveis e com encostos para a cabeça. Em 1977 eram celebradas cinco milhões de unidades produzidas. Número que confirmava o sucesso alcançado pelo pequeno Renault.
Travões dianteiros de disco eram introduzidos em 1983, bem como um motor de maior cilindrada, que equipava uma nova versão denominada GTL, com 1.108 cm3, 34 cv às 4.000 rpm e velocidade final de 122 km/h. Em 1991 existiam as versões TL, GTL e GTL 4x4, com tracção nas quatro rodas. Foi um carro bastante comum nos correios e nas empresas de entrega rápida, mas também podia ser encontrado frequentemente nos quartéis da polícia e dos bombeiros. A Renault 4L é um dos carros mais vendidos com mais de 8 milhões de viaturas matriculadas.
Em 1993 sai uma última série de 1000 R4, a Renault 4 "Bye-Bye", cada uma com uma placa numerada em contagem decrescente.
A título de curiosidade, um Renault 4 GTL chegou a participar em vários ralis do Mundial e em duas edições do Rali de Portugal (1997 e 1998) sempre conduzido por um piloto português, António Pinto dos Santos. No Rali de Portugal, em 1997, ficou em 33º lugar e em 1998 ficou no 47º lugar. Em 1998 teve outras participações em ralis do Mundial: 58º no Rali da Acrópole; 81º no RAC. Em 1999 participou em mais alguns ralis: 85º na Volta à Córsega; 64º no Rali dos 1000 Lagos; 55º no Rali de San Remo. No ano 2000 voltou a participar em mais alguns ralis do Mundial: 54º no Rali da Suécia; 55º no Rali da Catalunha; 48º no Rali da Acrópole. No ano de 2000 ainda participou no Rali Vinho da Madeira, para o Campeonato Europeu de Ralis, tendo terminado no 51º e último lugar.
Teve o mérito de terminar todos os ralis do Mundial em que participou, quase sempre na última posição, com excepção do Rali de Portugal de 1997 e do Rali da Acrópole de 1998 (foi o penúltimo nestes dois ralis) e também participou no Paris Dakar de 79.
A Renault 4l é um automóvel com um formato semelhante ao de outros automóveis mas com uma particularidade: tem o piso completamente plano e a distância entre eixos não é igual do lado esquerdo para o direito (isto quer dizer que a distância da roda da frente para a roda de trás do lado direito é diferente da do lado esquerdo).
A Renault 4 é o meu carro do dia-a-dia, muito prático, cómodo e resistente. Tem uma manutenção barata e não tem equipamento electrónico. Tem as dimensões perfeitas para a cidade e desenrasca-se muito bem fora de estrada para umas brincadeiras. A 4l não deixa de ser um carro confortável e de condução agradável mas, para os dias de hoje, já lhe falta muita coisa. A maior falha situa-se ao nível da segurança, mais concretamente numa hipotética situação de impacto, pois o condutor fica desprotegido. No entanto, é inegável que no que diz respeito à condução está muito bem concebido, até porque as suspensões a tornam agradável. A Renault 4l, na minha opinião, ainda não se pode comparar ao Mini, Carocha, Fiat 600 e 2 Cavalos mas já começa a deixar a sua marca e a ganhar algum respeito no mundo automóvel clássico. É um carro com história e com muitos admiradores no mundo. Devido ao seu formato e desempenho fora de estrada é muito apreciado por pessoas que gostam de passeios fora de estrada.
Todos os anos se realiza uma prova (Trophy 4l) que movimenta milhares de Renault 4l´s e ainda mais jovens estudantes, principalmente de França e da Bélgica, que preparam as suas 4l´s para uma aventura que começa em França e acaba em Marrocos com o objectivo de solidariedade para com o povo marroquino, levando muito material educativo e outros bens. A Renault 4l é um carro que, desde a sua existência, foi bem recebido pelo público em geral. Um dos aspectos que o tornou um dos carros mais vendidos no mundo foi a adopção por parte de várias empresas e entidades oficiais: Correios, TAP, EDP, EPAL, Bombeiros, Câmaras Municipais, GNR e muitas outras, em todo o mundo. Isto aconteceu por ser um automóvel com características muito versáteis, de baixo custo, resistente e de manutenção barata.
O equipamento que escolhi não é um símbolo de sucesso nem tão pouco revela algum destaque social. Quando surgiu era um simples automóvel de trabalho e para pessoas de poucas posses.
Inicialmente a estética do carro não foi a parte mais cuidada, uma vez que na produção foi mais importante o aspecto prático, a simplicidade e a fácil e barata manutenção. No entanto, a sua simplicidade estética foi bem recebida em todo o mundo, tendo vendido 8 milhões de unidades. O difícil é fazer simples e bem.
Em 2011 a Renault 4L faz 50 anos de existência. No seu início ninguém olhava para a 4L com agrado ou simpatia, era simplesmente um carro e em cada esquina havia um. Em Portugal nos anos setenta e oitenta era um carro que equipava muitas empresas oficiais e havia muitas a circular. Hoje já não são assim tantas e cada vez se vêem menos. Foi um carro que alguém da família teve ou usou no trabalho e que na altura era invisível mas hoje é recordada e quando se vê uma a passar desperta a atenção, é vista com simpatia e agrado. Pela sua simplicidade tornou-a num carro engraçado.
A Renault 4l é o meu carro preferido, pois gosto da sua simplicidade e desempenho. Em Janeiro de 2006 finalmente comprei uma, realizando um sonho que me seguia desde os tempos de escola, altura em que um amigo possuía uma. Foi um carro que me despertou a atenção por razões para as quais não tenho explicação. Desde que a comprei nunca mais parei de procurar tudo a seu respeito: história, evolução, manutenção; miniaturas, a revista francesa 4L Magazine e, quando vou a alguma feira, tenho sempre a atenção de ver se encontro algo relacionado com este carro (miniaturas, postais, brinquedos… qualquer coisa).
A 4L para mim, não é só um carro, é mais que isso. Tenho uma relação inexplicável com ela. Sempre que me sento e a conduzo, sinto algo de diferente que não me acontece nos outros carros, mas tenho que confessar que sou um bocado suspeito porque sinto empatia por tudo que tem alguns anos e quanto mais tempo tenho uma coisa, mais me apego a ela e isto passa-se também com a 4L.
Estou inscrito nos dois clubes que existem em Portugal: a Confraria de Amigos da 4L e o Clube 4 Portugal, participando em vários encontros e passeios e ajudando a organizar outros. Desde que comprei a 4L a minha vida mudou um pouco, não sou dependente do carro mas a verdade é que comecei a participar em encontros e passeios e fui criando amizades novas por todo o país, o que não deixa de ser interessante. Fiz inclusivamente férias participando no 1º Encontro Internacional de Renault 4L em França, perto de Paris, onde fui o único a fazer a viagem desde Portugal (fiz num dia 1700Km, com a ânsia de chegar). Após o encontro aproveitei os quilómetros feitos e passei mais uma semana a percorrer a costa da Normandia e Bretanha.
Apesar de tudo, o passeio mais marcante foi o de Lisboa a Marraquexe, “Não foi uma simples viagem a Marrocos, nem tão pouco umas férias bem passadas; mas sim um momento de oito dias e noites de um prazer inesquecível para todos os quatrelistas que vão ter esta expedição bem presente para o resto das suas vidas: se há momentos eternos na vida este foi sem dúvida um deles!” (Confraria Amigos 4l, Revista Topos e Clássicos nº74 Junho 07).


Fontes:
http://www.renaultpt.com/index.php?topic=75.5;wap2
http://4rodinhas.blogspot.com/2007/02/renault-4l-1964.html

terça-feira, 4 de maio de 2010

A língua portuguesa na Índia



A língua portuguesa foi, nos séculos XVI, XVII e XVII, a língua dos negócios nas costas do Oceano Índico, em função da expansão colonial e comercial portuguesa. O português foi usado, naquela época, não somente nas cidades asiáticas conquistadas pelos portugueses, mas também por muitos governantes locais nos seus contactos com outros estrangeiros poderosos (holandeses, ingleses, dinamarqueses, etc).
O que restou hoje é muito pouco. Entretanto é interessante notar que, neste sentido, existem pequenas comunidades de pessoas espalhadas por toda a Ásia que continuam a usar o crioulo português, embora não tenham mais contactos com Portugal, em alguns casos, durante séculos. Outro aspecto interessante é que durante o período mais importante da presença portuguesa na Ásia, não havia mais do que 12.000 a 14.000 portugueses, incluindo os religiosos.
Vários dados de interesse sobre o português na Índia:
Korlai, Índia: (perto de Chaul). Cerca de 900 pessoas falam o crioulo português e esta comunidade tem a sua igreja chamada: "Igreja de Nossa Senhora do Monte Carmelo". Chaul separou-se do domínio português em 1740.
Damão, Índia: (Damão Grande ou Praça, Campo dos Remédios, Jumprim, Damão da Cima). Cerca de 2000 pessoas falam esta espécie de crioulo português. Damão separou-se do domínio português em Dezembro de 1961.
Goa, Índia: A língua português está a desaparecer rapidamente de Goa. Actualmente é falada por um pequeno sector das famílias mais abastadas e apenas 3 a 5 % da população o mantém (estima-se de 30.000 a 50.000 pessoas). Actualmente 35% da população de Goa é constituída por imigrantes de outros estados indianos. Nas escolas da Índia o português é ensinado como a terceira língua (não obrigatória). Existe um departamento de Português na Universidade de Goa, mas a "Fundação do Oriente" e a Sociedade de Amizade Indo-Portuguesa ainda estão em funcionamento. O último jornal em língua portuguesa foi publicado na década de 80. Em Panaji muitos cartazes em português ainda são visíveis em lojas, edifícios públicos, etc. Goa libertou-se do domínio português em Dezembro de 1961.
Diu, Índia: Aqui o idioma crioulo português está quase extinto. Diu separou-se do domínio português em Dezembro de 1961.
Bombaim or do Norte, Índia: (Baçaim, Salsette, Thana, Chevai, Mahim, Tecelaria, Dadar, Parel, Cavel, Bandora-Badra, Govai, Morol, Andheri, Versova, Malvan, Manori, Mazagão) Em 1906, este Creole foi, depois do Ceilão, o dialeto indo-português mais importante. Em1906 ainda existia perto de 5.000 pessoas que falavam o Creole Português como,língua materna, e 2.000 estavam em Bombaim e Mahim, 1.000 estavam em Bandora, 500 em Thana, 100 em Curla, 50 em Baçaim e 1.000 em outras vilas. Não existia, naquela época, escolas em crioulo-português e as classes mais ricas substituíram-no pelo inglês.
Coromandel, Índia: (Meliapore, Madras, Tuticorin, Cuddalore, Karikal, Pondicherry, Tranquebar, Manapar, Negapatam…..) Na costa de Coromandel, os descendentes dos portugueses são geralmente conhecidos como "Topasses", eram católicos e falavam o crioulo português. Com a chegada do domínio inglês na Índia, eles começaram a falar a língua inglesa em lugar do português e também anglicizaram seus nomes. Actualmente fazem parte da comunidade eurasiana. Em Negapatam, em 1883, ainda existiam 20 famílias que falavam o indo-português.



http://www.colonialvoyage.com/pt/asia/lingua/heranca.html

A expanção da língua portuguesa




A língua portuguesa foi transportada para os territórios colonizados durante a Expansão extra-europeia. Quando a expansão começou, no início do séc. XV, a língua acabava de sair de uma outra fase de expansão territorial, que a transportara até ao Algarve desde o seu berço: as terras galegas e nortenhas.
Com mais de 260 milhões de falantes, o português é, como língua nativa, a quinta língua mais falada no mundo, a mais falada no hemisfério sul das que usam o alfabeto latino. Além de Portugal, é oficial em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e, desde 13 de Julho de 2007, na Guiné Equatorial, sendo também falada nos antigos territórios da Índia Portuguesa (Goa, Damão, Ilha de Angediva, Simbor, Gogolá, Diu e Dadrá e Nagar-Aveli) e em pequenas comunidades que faziam parte do Império Português na Ásia como Malaca, na Malásia e na África Oriental como Zanzibar, na Tanzânia. Possui estatuto oficial na União Europeia, no Mercosul, na União Africana, na Organização dos Estados Americanos, na União Latina, na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e na Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP). Por viver com muitas dificuldades, parte da população do nosso país procurou terras mais ricas. Durante muito tempo foram o Brasil, a Venezuela, a África do Sul e as colónias de Angola e Moçambique as terras mais escolhidas pelos nossos emigrantes. A partir da década de 60, a emigração é feita, principalmente, para países da Europa: França, Alemanha, Luxemburgo e Suíça. Os habitantes das regiões autónomas dos Açores e da Madeira procuraram melhores condições de vida principalmente nos Estados Unidos e Canadá.

Fontes:
http://cvc.instituto-camoes.pt/hlp/brevesum/index.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa


Reflexão.
A língua portuguesa é falada em muitos cantos do mundo e os primeiros responsáveis foram os portugueses na sua expansão. Na Europa também existem muitas comunidades de portugueses espalhadas por vários países que falam o português mas a meu ver o maior responsável por o português ser a 5ª língua mais falada no mundo e haver muita informação na internet em português é sem dúvida o Brasil.
Para mim é importante que a língua portuguesa seja conhecida e que se fale em muitos sítios e por muita gente porque é uma mais-valia para quem a fala e é o melhor passaporte que Portugal tem para ser reconhecido em todo o mundo. Se apenas se falasse português em Portugal não conseguíamos projectar a nossa cultura e história ao mundo.

Experiência de emigração


A Ana saiu do seu país, Espanha, aos 21 anos. Terminou o curso de Enfermagem em Junho e após três meses de trabalho no verão, ficou outros seis sem emprego. Umas amigas disseram-lhe que vinham para Portugal porque ali havia falta de enfermeiras, com a ideia de ir seis meses e depois voltar. Ela achou que seria bom para ganhar alguma experiência profissional, pensando abrir portas no seu país. Em Fevereiro de 2001 vieram para Lisboa, e logo os três hospitais que visitaram lhes ofereceram emprego com entrada imediata e a oito de Março do mesmo ano iniciou funções no Bloco Operatório do Hospital do Desterro. O inicio foi fácil porque mais parecia um estágio do que um trabalho. No hospital foi bem recebida por quase todos os companheiros que me ensinaram a trabalhar no Bloco, uma área completamente nova para ela. Em casa, viveram as três colegas, primeiro num lar para enfermeiras dos Hospitais Civis e depois num apartamento em Campo de Ourique, ao pé do Cemitério dos Prazeres e do Casal Ventoso. Melhor localização era impossível, segundo a imobiliária que lhes alugou a casa. Ela já tinha partilhado apartamento com amigas durante a faculdade, pelo que foi relativamente fácil: tarefas divididas, custos divididos e companhia contínua. Um par de meses depois entraram mais dois enfermeiros espanhóis no seu serviço e criaram uma grande amizade, pois estavam juntos a todo momento. Em Junho, uma das colegas voltou para Espanha com uma depressão e as outras duas mudaram-se para outro apartamento juntamente com outra espanhola e um enfermeiro português que tinham conhecido e com quem se davam muito bem.
Ana diz que os amigos que arranjou aqui eram inseparáveis, iam juntos para todo o lado, provavelmente porque, estavam todos a passar pela mesma experiência, as dificuldades eram as mesmas e uns apoiavam-se nos outros. Diz que os amigos, no início eram todos espanhóis, por um lado porque eles estavam sempre juntos e por outro porque os portugueses são “diferentes”. Uma das maiores diferenças que sentiu está relacionada com o facto de os portugueses se limitarem a uma rotina de trabalho-casa, casa-trabalho e nunca saírem para beber um café depois do expediente ou saírem para uma sexta-feira à noite.
Outras das grandes diferenças foi a forma de vestir, pois todos parecem executivos da bolsa, e a comida, pois come-se a todas as horas e ingerem-se muitos bolos. Também nota outra grande diferença: aqui quase ninguém passeia na rua ao sábado à tarde ou a um domingo, e no entanto os centros comerciais estão cheios. A língua também foi um obstáculo. Ana pensava que ia ser fácil por ser galega mas, pelo contrário, teve muitas dificuldades no início para compreender o que os colegas queriam dizer mas a ler nunca sentiu dificuldades. Hoje já entende tudo o que dizem e mesmo a escrever defende-se bem, só tem muita dificuldade em compreender o português do Brasil que ouve na televisão.
O mais difícil para ela foi, e continua a ser, ter a família longe. Apesar da distância se limitar a 600km, para ela é como estar em outro ponto do mundo. Fala quase todos os dias horas ao telefone com os pais e sempre que arranja uns dias de folga, vai para Espanha. Ela acha que é mais uma distância psicológica por estar fora do seu país do que uma distância física, uma vez que em pouco mais de cinco horas está “em casa”.
Para ela, ao nível pessoal, pouca coisa mudou. É mais independente na tomada de decisões e teve de aprender a viver por ela própria, tomando conta de tudo. Fez-se adulta, diz.
Para ela, Lisboa é uma boa cidade para viver porque é bonita, tem praia perto e no fundo tem tudo o que uma qualquer outra capital europeia tem mas, apesar disso, diz gostar mais da sua cidade, pequena, onde tudo é perto e onde é difícil não ver um conhecido quando se dá uma voltinha. Só o clima de Lisboa é que é melhor pois aqui chove muito menos e faz menos frio.
Ana gosta muito do seu trabalho, agora no Bloco Central do Hospital Curry Cabral, onde é reconhecida e respeitada, mas nunca tira da cabeça a ideia de voltar para Espanha. Diz que se conseguir um bom posto de trabalho lá, terá de convencer o seu namorado para voltar com ela para Espanha.

Programa para umas férias diferentes

O Chile de lés-a-lés


O destino de férias que escolhi é o Chile um país que me fascina e que adorava percorrer de norte a sul de carro.
O Chile é um país da América do Sul situado no chamado “Anel de Fogo”, uma região com a maior actividade sísmica e vulcânica do mundo. É um país alongado, com 4.200 km, banhado pelo oceano Pacífico. O clima muda, segundo as regiões, de desértico, esteárico, mediterrâneo, templado, cálido chuvoso, marítimo chuvoso, esteárico frio, de tundra a polar.
A República do Chile tornou-se independente de Espanha em 1810, ficando como capital Santiago. O país tem uma superfície de 756 626km2 e por volta de 16 milhões de habitantes, dos quais 86% de população urbana. A alfabetização é de 96% e o idioma oficial é o castelhano.
Para preparar a viagem comecei por escolher a data da viagem que vai ser de 4 a 27 de Maio. Através da página online da Flytap reservei dois bilhetes que custaram 2084.18€ já com taxas. No entanto, como queria iniciar a viagem no norte do país apanharei um avião que me levará para o aeroporto Diego Aracena que fica perto de Iquique. A reserva do voo foi feita na página online Lan Airlinrs com o valor de 260€ para duas pessoas. Já no aeroporto terei um carro Hyundai Tucson 4WD Full, alugado na página Web transbetel.cl pelo valor de 1 696€, para iniciar a minha aventura. Ainda na preparação fiz um estudo de mercado sobre o valor do combustível, que ronda um euro por litro. Como o itinerário que organizei é de 4 078km e arredondando para os 4 400km, dá um valor total de 440€. Para a dormida fiz a média tendo em conta vários preços e deu 85€ por noite em quarto duplo com pequeno-almoço e isto vezes as vinte e duas noites dá 1870€ mas creio que em alguns sítios menos turísticos sou capaz de obter preços mais baratos. Mais vale fazer as contas por cima e não ter nenhuma surpresa. Para a alimentação vai ser pique-nique ao almoço e jantar no hotel ou restaurantes. A alimentação no Chile é relativamente barata e, pela pesquisa que fiz, estipulei 330€ como valor total. Falta saber apenas o valor da passagem de volta a Santiago, desde Puerto Montt, o que, para duas pessoas e com as taxas incluídas, fica a 443€ na página edreams.pt. Tudo isto dá um valor de 7 123€.


O que me levou a escolher o Chile foi o facto de ser um país com uma diversidade de clima e paisagem que em mais nenhum outro poderemos encontrar, desde o deserto mais árido do mundo até a florestas densas, grandes lagos, vulcões, parques naturais e a sua imensa costa. É um país riquíssimo em património natural. Alem disso também vou conhecer uma cultura diferente. Quero ir ao Chile, para ver e desfrutar destes contrastes dentro de um só país.
Quanto à ideia de percorrer o Chile de carro, tal justifica-se pelo gosto pela aventura e também por ser a forma que eu mais gosto de viajar, por não ter de estar limitado a horários nem programas e parecer mais um cordeiro do rebanho e só ver o que me querem mostrar. Prefiro parar onde quero e pelo tempo que quero. Gosto deste tipo de liberdade quando viajo por não estar condicionado a ninguém e o Chile é um país perfeito para poder fazer este tipo de viagem por ser um país relativamente seguro. Também me agrada a facilidade da língua por ser a mesma da minha companheira de viagem.

Bibliografia:
http://www.turismochile.cl/

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A MORTE COMO SE NADA FOSSE

Eraldo Peres ©


Fotografia de Eraldo Peres, Brasileiro de 49 anos, fotojornalista.



Escolhi esta imagem pelo à vontade e naturalidade das pessoas que rodeiam o corpo de um jovem de 21 anos. Apesar de esta situação ter ocorrido no Brasil, Recife, onde há 90 homicídos por cada 100.000 pessoas/ ano e numa zona onde gangues se confrontam para disputar e dominar território, a fotografia não deixa de impressionar.
A fotografia mostra uma dezena de jovens completamente indiferentes à morte, com uma descontracção como se nada tivesse acontecido, é impressionante a expressão dos jovens perante a morte de um jovem ao seus pés. Se tirarmos o corpo da fotografia, ninguém adivinha o que falta na fotografia, pela expressão dos jovens que estão presentes.

Por mais descrita que uma determinada situação seja, sem a visualizarmos nunca conseguiamos ter noção dessa realidade. É esse o poder da imagem.