terça-feira, 4 de maio de 2010

A língua portuguesa na Índia



A língua portuguesa foi, nos séculos XVI, XVII e XVII, a língua dos negócios nas costas do Oceano Índico, em função da expansão colonial e comercial portuguesa. O português foi usado, naquela época, não somente nas cidades asiáticas conquistadas pelos portugueses, mas também por muitos governantes locais nos seus contactos com outros estrangeiros poderosos (holandeses, ingleses, dinamarqueses, etc).
O que restou hoje é muito pouco. Entretanto é interessante notar que, neste sentido, existem pequenas comunidades de pessoas espalhadas por toda a Ásia que continuam a usar o crioulo português, embora não tenham mais contactos com Portugal, em alguns casos, durante séculos. Outro aspecto interessante é que durante o período mais importante da presença portuguesa na Ásia, não havia mais do que 12.000 a 14.000 portugueses, incluindo os religiosos.
Vários dados de interesse sobre o português na Índia:
Korlai, Índia: (perto de Chaul). Cerca de 900 pessoas falam o crioulo português e esta comunidade tem a sua igreja chamada: "Igreja de Nossa Senhora do Monte Carmelo". Chaul separou-se do domínio português em 1740.
Damão, Índia: (Damão Grande ou Praça, Campo dos Remédios, Jumprim, Damão da Cima). Cerca de 2000 pessoas falam esta espécie de crioulo português. Damão separou-se do domínio português em Dezembro de 1961.
Goa, Índia: A língua português está a desaparecer rapidamente de Goa. Actualmente é falada por um pequeno sector das famílias mais abastadas e apenas 3 a 5 % da população o mantém (estima-se de 30.000 a 50.000 pessoas). Actualmente 35% da população de Goa é constituída por imigrantes de outros estados indianos. Nas escolas da Índia o português é ensinado como a terceira língua (não obrigatória). Existe um departamento de Português na Universidade de Goa, mas a "Fundação do Oriente" e a Sociedade de Amizade Indo-Portuguesa ainda estão em funcionamento. O último jornal em língua portuguesa foi publicado na década de 80. Em Panaji muitos cartazes em português ainda são visíveis em lojas, edifícios públicos, etc. Goa libertou-se do domínio português em Dezembro de 1961.
Diu, Índia: Aqui o idioma crioulo português está quase extinto. Diu separou-se do domínio português em Dezembro de 1961.
Bombaim or do Norte, Índia: (Baçaim, Salsette, Thana, Chevai, Mahim, Tecelaria, Dadar, Parel, Cavel, Bandora-Badra, Govai, Morol, Andheri, Versova, Malvan, Manori, Mazagão) Em 1906, este Creole foi, depois do Ceilão, o dialeto indo-português mais importante. Em1906 ainda existia perto de 5.000 pessoas que falavam o Creole Português como,língua materna, e 2.000 estavam em Bombaim e Mahim, 1.000 estavam em Bandora, 500 em Thana, 100 em Curla, 50 em Baçaim e 1.000 em outras vilas. Não existia, naquela época, escolas em crioulo-português e as classes mais ricas substituíram-no pelo inglês.
Coromandel, Índia: (Meliapore, Madras, Tuticorin, Cuddalore, Karikal, Pondicherry, Tranquebar, Manapar, Negapatam…..) Na costa de Coromandel, os descendentes dos portugueses são geralmente conhecidos como "Topasses", eram católicos e falavam o crioulo português. Com a chegada do domínio inglês na Índia, eles começaram a falar a língua inglesa em lugar do português e também anglicizaram seus nomes. Actualmente fazem parte da comunidade eurasiana. Em Negapatam, em 1883, ainda existiam 20 famílias que falavam o indo-português.



http://www.colonialvoyage.com/pt/asia/lingua/heranca.html

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